Conferências
Conferências das 1as Jornadas de Arte e Educação, no Auditório Agostinho da Silva.

Amparo Alonso-Sanz
Universidade de Valência
Perspetivas partilhadas para tornar a escola que queremos mais inclusiva graças às artes
4 Julho – 12h00-12h30
Um desafio pedagógico atual é o de conseguir ambientes educativos que promovam a igualdade na diversidade, para a coexistência pacífica de pessoas de todos os géneros, idades, classes sociais, culturas, religiões, orientações sexuais e capacidades. Compreender as nossas identidades e respeitá-las a todas é fundamental para este objetivo. Alcançar isto exige o envolvimento de toda a comunidade educativa, que repense as suas conceções e práticas quotidianas. É importante observar os problemas identitários que nos preocupam nas escolas e, a partir desta reflexão, promover ambientes mais coeducativos e inclusivos. A perspetiva feminista e a teoria da interseccionalidade podem ajudar a comunidade educativa a avaliar que valores desejam partilhar o professorado, o alunado e as famílias. O pensamento crítico permitir-nos-á rever os usos de diferentes espaços, como os recreios, as bibliotecas, as casas de banho, os balneários, os refeitórios e as salas de aula, bem como as violências diretas, culturais, simbólicas e estruturais que subjazem a estas tradições. Apresentarei também algumas propostas pedagógicas para abordar as questões identitárias na sala de aula com crianças e jovens na prevenção de conflitos. As atividades oferecidas estão fundamentadas em contributos da educação artística e baseiam-se principalmente em métodos de trabalho colaborativo e de aprendizagem ativa.
[Esta comunicação será apresentada em espanhol sem tradução simultânea.]

Ana Ribeiro
Um Artista aí em Casa
Onde está a criatividade no ensino das artes?
5 Julho – 12h00-12h30
Habituámo-nos a pensar a Criatividade como algo específico dos artistas, e como tal, dos alunos e professores de artes. Mas será o ensino das Artes um ensino que promova e viva a criatividade? Numa escola que parece esquecer esta ferramenta interior, numa sociedade que não sabe bem o que ela significa, a criatividade, no ensino das artes, vai sendo usada como uma palavra em voga, oportuna de utilizar em planificações, mas tantas vezes esquecida das práticas educativas. Afinal, o que é, exatamente, esta competência humana e onde é que a encontramos no nosso ensino das Artes?


Fabrícia Valente e Os Espacialistas
Corpos, espaços e objetos [a ante-escola como preposição interdisciplinar]
5 Julho – 09h30-10h30
Do encontro entre as práticas laboratoriais de Fabrícia Valente e Os Espacialistas entre arte, arquitetura e educação, nasce um conjunto de colaborações de trabalho pedagógico e artístico. Ante-Escola é um projeto de curadoria pedagógica e mediação artística que procura situar-se num intervalo territorial entre o corpo, a arte e os lugares de ensino. Numa relação direta entre a obra de arte e a pedagogia, o objeto mediador e artístico são um só. Numa perspetiva de tratar o ensino de forma multidisciplinar, os territórios artísticos apresentados, entre a fotografia, o desenho, a escultura, a instalação, a performance e a arquitetura, a Ante-Escola abraça disciplinas como a literatura, a filosofia, a história, a geografia, a matemática, o desenho, entre outras. As diversas propostas pedagógicas desenvolvidas nesta colaboração que opera criativamente através da mediação entre corpos, espaços e objetos, resulta na criação artística de processos e estratégias de interstícios interdisciplinares.


Fernando Hernández-Hernández e Juana Sancho Gil
Universidade de Barcelona
Educação através das artes de uma perspetiva cultural crítica: o que estamos aprendendo com o projeto europeu EXPECT_Art
4 Julho – 10h-11h
O Projeto Europeu Expect Art propõe que a educação artística e a educação através das artes promovam uma Educação Cultural Crítica. Esta perspetiva está ligada a pedagogias descolonizadoras que questionam o que está pré-estabelecido nos conhecimentos, nas relações e nas práticas e valorizam a pluralidade e a agência daqueles que foram (e são) marginalizados. A partir deste enquadramento, apresentaremos o papel da educação através das artes em dois projetos escolares em torno de «Fazer Ciência» e «O sistema locomotor e os hábitos saudáveis», realizados em duas escolas de Barcelona. Estes projetos possibilitaram começar a descolonizar o currículo a partir do repensar da relação das crianças com o mundo material, compreender as dinâmicas de poder que moldam as nossas decisões e ler – através de práticas artísticas – o mundo a partir da sua dimensão cultural, social e política.
[Esta comunicação será apresentada em espanhol sem tradução simultânea.]

Filipa Rodrigues
ESECS Instituto Politécnico de Leiria
Referências ou Barreiras? Os Efeitos da Imagem Pré-construída na Educação Artística e no Desenvolvimento Cognitivo
5 Julho – 10h30-11h00
Esta comunicação propõe uma análise crítica do uso recorrente de imagens pré-construídas como ponto de partida para a Educação Artística, especialmente no que toca às suas implicações no campo da Educação Inclusiva. Sustentada em fundamentos da neurociência aplicada ao desenvolvimento e à aprendizagem, a reflexão incide sobre os efeitos limitadores dessa estratégia na autonomia criativa, na diversidade de expressão e na plasticidade cognitiva. Argumenta-se que, ao normalizar modelos visuais únicos, esta prática pode constituir um obstáculo à participação plena de todos os alunos, em particular daqueles com necessidades específicas ou percursos neurodivergentes. A comunicação questiona o impacto da imagem como referência fixa no processo de construção simbólica e identidade expressiva, evidenciando como esta abordagem pode ter influência na auto-determinação, inibir a exploração sensorial e comprometer a equidade no acesso à criação artística.

Marta Ornelas
Arte Central
Sete anos a criar caminhos: a Arte Central e a formação de professores
4 Julho – 9h45-10h
Ao longo dos últimos sete anos, a Arte Central tem desenvolvido programas de formação que cruzam arte contemporânea, pedagogia crítica e práticas colaborativas. Esta comunicação reflete sobre o impacto desse percurso na renovação da formação de professores, destacando metodologias, desafios e aprendizagens que contribuíram para transformar contextos educativos.

Mónica Oliveira
CIEBA // ESEPF Escola Superior de Educação Paula Frassinetti
Educação Artística em Cena: Enredos e Improvisos para um novo argumento
5 Julho – 11h30-12h00
Em tempos marcados por incertezas e por transformações sociais, políticas, culturais e tecnológicas, a arte na educação afirma-se como lugar de resistência e de reinvenção do quotidiano escolar. A educação artística, em permanente (re)construção, é feita de enredos plurais e de aberturas ao inesperado, permitindo o entrelaçar de práticas pedagógicas e artísticas na procura de novos cenários possíveis. Permite-nos experimentar tempos que narram visões do mundo e práticas artísticas que podem ser utilizadas na educação como potenciais lugares de encontros e confrontos de opiniões e utopias. Propõe um tempo de prazer, de convergência que se abre à experiência, à relação, contribuindo para uma nova postura ético-valorativa, atenta à construção de uma cidadania ativa e de um desenvolvimento humano pleno. O palco está montado. Nesta comunicação, cada participante é chamado a intervir com a sua voz, o seu gesto e a sua visão do mundo, a construir de um novo argumento para a educação artística.

Susana Rangel
Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul
Pensar a Arte (que Arte?) na educação das crianças
4 Julho – 11h30-12h00 (online)
Para compreender como a Arte é desenvolvida com crianças nas escolas brasileiras, pretendo iniciar as minhas reflexões sobre a formação académica das professoras e quais as referências de Arte que embasam o trabalho pedagógico em Arte. Em seguida mostrarei algumas possibilidades do trabalho pedagógico em Arte tendo como referência a Arte do nosso tempo.